Permita-se! A palavra para 2017!!



Esse será o último post de 2016 e já faz um tempinho que não escrevo por aqui (e novamente vai entrar para a lista das metas a serem cumpridas no ano novo). :)

2016 não foi um ano bom. Não foi ruim, mas bom de todo não foi. Assim que 2017 está chegando e sobre ele ronda uma expectativa enorme e pensando sobre isso, sobre tudo o que vivi e tenho lido e visto acredito que a palavra para 2017 será PERMITA-SE.
Sim, precisamos nos permitir mais. Amo viajar, todos sabem disso, mas tenho visto muita gente  viajando, fazendo disso uma meta a ser cumprida, mas quando não está viajando sente que há um vazio, que falta algo e se está faltando algo na sua vida cotidiana é porque algumas escolhas não estão sendo feitas da forma correta. O que está faltando se permitir para que a sua vida, sua rotina, não seja tão chata assim?

Vamos falar de amor...não, vamos falar de relacionamentos. Tenho a sensação, que no mundo atual, os frascos bonitos são mais importantes que um bom perfume. Não que não o fosse antes, mas talvez esteja um pouquinho mais diante de tanta superficialidade. Estamos no século onde todos querem ser felizes e ponto! O que por si já é interessante já que a ideia de felicidade só surgiu no século XIX, juntamente com o banheiro e a criança/infância e estão amadurecendo entre erros e acertos.

Às vezes alcançamos tantas coisas, mas não nos sentimos felizes. Tem uma casa legal, um carro legal, uma família legal, um trabalho legal ou decidiu não ter nada disso e está super bem assim, mas, mesmo assim se pega se sentindo infeliz. Um exemplo disso é que o consumo de álcool e a depressão estão altíssimas entre pessoas que se consideram profissionalmente realizadas. Por que não me sinto feliz? Quantos de nós já não fizemos essa pergunta alguma vez na vida? Talvez precisemos somente permitir um pouco mais. 
Na maior parte do tempo estamos nos culpando por alguma coisa como acordar tarde, dormir tarde, etc.. Que tal permitir se sentir bem porque dormiu uns minutos a mais, por estar fazendo coisas que gosta e por isso se distanciou um pouco de algumas pessoas? É difícil, eu sei, tirar esse ranço da culpabilidade de simplesmente aproveitar o seu tempo para não fazer nada. Para sentir o prazer de ficar cinco minutos vendo a chuva cair ou para sentir o sol na sua pele. De deixar um trabalho de lado porque quer muito terminar um filme.
E como isso entra nos relacionamentos? As pessoas solteiras estão se permitindo pouco.  Terminamos a faculdade, a pós-graduação, somos profissionais, viajamos pelo mundo, escolhemos onde e como e quando queremos comer ou beber, mas na hora de conhecer alguém nos mantemos dentro de uma caixinha bem fechada, pois queremos o frasco mais bonito da prateleira como se ele fosse a melhor coisa do mundo. Será que é?

Vou dizer como cheguei a essa conclusão não tão brilhante assim. 
Neste ano fui apresentada a uma pessoa que à primeira vista minha vozinha superficial disse: “Não. Esse não”. No dia seguinte analisei a situação, a amiga que nos apresentou me disse que tínhamos muitas coisas em comum e percebi que aquela voz tinha dado essa resposta em reação a um padrão que insistimos em seguir, seja esperando pelo mais bonito seja o que mais gostamos e achamos que não podemos nem devemos mudar de perfil. E então ao perceber isso, esse pré conceito, olhei-me no espelho e vi uma mulher que há cinco anos era completamente diferente da que eu vejo agora. A de agora está mais gordinha, mais experiente, mais sábia, mais paciente em algumas situações e intolerante e chata em outras. Eu mudei e com certeza aquele homem a quem eu fui apresentada também era diferente há alguns anos. Foi assim que permiti dar uma chance aos dois, afinal o conhecimento é sempre mútuo e descobri nele uma pessoa super agradável, bem humorada, inteligente e super família. Não deu em nada, porém, o fato de perceber o que eu não estava fazendo nos deu a opção de darmos alguns passos.
Ao passar dos 30, 35, temos que aceitar que cada pessoa tem a sua história de vida. Já não somos adolescentes com um mundo para descobrir. Já sofremos, amamos loucamente, tivemos desilusões, arrependimentos, paixões alucinantes, já amamos tanto que pensamos nunca mais voltar a amar assim e talvez não voltemos mesmo, afinal, depois de três décadas de vida, e ainda solteiros, já tivemos tempo suficiente para saber que cada amor é muito particular. Por que não dar uma chance àquela pessoa que está interessada em você mesmo que ela não seja o seu tipo? Quantas vezes nós não somos o tipo de alguém, não é mesmo? De repente, ao sair com essa pessoa, ao se permitir aceitar o interesse de alguém, ela pode te surpreender e você pode acabar se encantando com o sorriso, com a voz, com algum trejeito, com a simpatia, com o humor, com o sarcasmo, com a inteligência, com a forma de beber o vinho ou a cerveja, com a conversa, enfim....você nunca vai saber se não se permitir conhecer o outro e com isso permitir que ele o conheça melhor também.
Dois amigos queridos se conheceram e eles tinham tudo o que cada um gostava. Fisicamente eram o tipo um do outro, a história familiar, os mesmos gostos, a conversa fantástica e então se beijaram e bum! Acabou o romance. Não existia a menor química entre eles. Ainda tentaram uma, duas vezes mais, porém perceberam que não existia a atração física que eles pensaram sentir, mas restou uma linda amizade. Esse é um exemplo para ver que nem tudo o que pensamos querer como um molde pré-definido é o que vai funcionar.
Isso também serve para as amizades. Permita-se a se afastar de pessoas que não acrescentam nada na sua vida. Permita-se curtir o que você quiser fazer sem culpas. Permita-se dizer não quando não estiver afim de algo. Permita-se dizer sim para algumas situações mesmo que elas fujam do seu controle.
Neste século, estamos - como a humanidade em séculos anteriores - nos adaptando às mudanças e elas podem demorar e precisarem de reajustes, então porque achamos que não podemos mudar nossos gostos, nosso tempo e a nossa maneira de aproveitar ou até mesmo de criar as oportunidades? Nós podemos. Cabe a mim e a você PERMITIR que algumas coisas aconteçam.
Bem, 2016 só falta você nos dar tchau e permitir que 2017 venha com tudo para todos nós. 
Permita-se. Permita-se. Permita-se. Temos 12 meses para permitir muitas coisas em nossas vidas. Eu já comecei e você?

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